Elas têm mais sorte, digamos assim, que as gestantes humanas, mas pedem os mesmos cuidados, preocupações e cautelas. A maternidade, canina e felina, tem particularidades especiais. A gestação é rápida, varia de 57 a 63 dias, e o parto, geralmente natural, pede pouco recurso. Mas atenção, para que a sua gestante de quatro patas tenha saúde para amamentar os filhotes e depois, de cumprida a missão da gestação, continue saudável e até ‘pronta para outra’ é preciso carinho redobrado.

“Na verdade os animais são bem mais práticos que os seres humanos. Isso em vários aspectos (risos), mas uma gestação sempre requer cuidados. Para quem realmente se preocupa com a saúde do animal de estimação a dica é que a gravidez seja acompanhada de perto por um veterinário de confiança. A gestante deve fazer exames de sangue para que o veterinário indique que tipo de vitamina a fêmea precisa para não ficar demasiadamente fraca no pós-parto e principalmente para saber se está seguramente saudável, assim, na hora do parto, não haverá nenhum tipo de surpresa desagradável.
Outro acompanhamento importante é a ultrassonografia. Após as primeiras semanas já é possível verificar a formação dos fetos e assim oferecer um diagnóstico importante sobre a saúde tanto da fêmea, quanto dos filhotes”, explica a veterinária Andrea Piucci Mariano, especialista em diagnóstico por imagem.

Uma doença grave que pode ser evitada é a eclâmpsia, também conhecida como tetania puerperal ou ‘febre do leite’.  Ela se desenvolve após a perda acentuada de cálcio no leite durante o período de amamentação, o que leva a uma hipocalcemia. A diminuição do cálcio causa taquiarritmias cardíacas e catarata, por isso a importância de uma boa alimentação pré e pós-parto.

“Se o animal recebe cuidados como o acompanhamento pré-natal esse tipo de doença é facilmente evitada. Com o auxílio da ultrassonografia é possível saber precisamente o tempo gestacional, o que é importante para casos de gravidezes não planejadas, tamanho do feto, e, principalmente, saúde e formação dos órgãos”, explica.

Peripécias e brincadeiras acentuadas também não são recomendadas. Pular da cama, subir escadas e até a brincadeira com bolinha, que requer corrida, não é uma boa ideia para as gestantes. O ideal são caminhadas leves e claro muito carinho. 

Reserve um cantinho especial para a chegada dos filhotes!  
“As fêmeas tendem a procurar o melhor lugar da casa para dar a luz. Já acompanhamos muitos casos onde a cama do casal, onde a gestante passa a maioria do tempo durante a gravidez, é o cantinho perfeito. Limpo, quente e que remete segurança. Por isso, é importante que durante a gravidez  a fêmea ganhe um novo local tão quente e confortável, assim, quando a hora do parto chegar ela saberá que ali é o melhor lugar para dar a luz aos filhotes”, afirma Andrea.